Sendo assim, para abrilhantar a Terra de Impérios Ancestrais e manter viva a 4E, não há chances de errar quando se acrescenta novos monstros à sempre crescente coleção de criaturas desse sistema.
Para buscar inspiração na construção de algumas novas monstruosidades, eu li e reli meus RPGs do gênero "Fantasia Colonial" - A Bandeira do Elefante e da Arara e O Desafio dos Bandeirantes. E, logicamente, também fui atrás de fontes variadas sobre os mesmos mitos que esses dois jogos abordavam. E foi difícil escolher que criatura ficaria mais legal de criar para o sistema de D&D4e, mas logo que cheguei a uma decisão, tratei de caprichar.
Mas, afinal, por que escolhi abordar mitos do folclore nacional? Primeiramente, porque D&D teve muitos monstros, ao longo de sua história, criados a partir dos mitos de diversas culturas, não apenas da europeia ocidental. Sendo assim, beber da mitologia está dentro do ideal de D&D. Em segundo lugar, porque, ao que parece, ninguém havia pensado nisso, ou, se pensou, não publicou em um lugar fácil de achar na internet!
Assim sendo, sem mais delongas, com vocês, minha versão do Boitatá! (Nota: usei o formato dos Monstros do Monster Manual 3 desta vez, por achar que ficaria mais interessante)
Boitatá
Um Boitatá (ou uma Boitatá, dependendo da fonte
consultada) é uma gigantesca serpente mágica, que mora em rios e lagos
profundos, no fundo dos quais se mantém enterrada durante o dia, para sair à
noite a caçar. É um monstro extremamente feroz, que dificilmente recua diante
de um confronto.
Conhecimento sobre o Boitatá
Um personagem
sabe as seguintes informações com um teste bem sucedido da Perícia apropriada.
Natureza CD 15: Os Boitatás, também chamados
cobras-de-fogo, possuem escamas translúcidas, que deixam evidente sua carne
recoberta de energia flamejante. Seu comprimento pode variar de 8 a 30 metros e a luminosidade que emitem oferece luz plena num raio de 60 metros (40 quadrados).
Embora não possuam peçonha, são extremamente perigosos, capazes de capturar
suas vítimas num abraço constritor, antes de tentar devorá-las. A variedade mais comum, o Boitatá Chamas-Azuladas, tem o
poder de causar pânico e insanidade mental naqueles que ousam confrontá-los. Contudo, sabe-se que outras variedades existem, sendo algumas
incapazes de enlouquecer suas vítimas, mas detentoras do poder de
cuspir fogo, tal como os dragões.
Arcanismo CD 15: A energia mágica que rodeia
a carne dos Boitatás e emite sua radiância através das escamas dessas feras não
pode ser facilmente capturada, porque se esvai como vapor, assim que a criatura
morre.
História CD 20: Muitas lendas são contadas a
respeito dos Boitatás. Dizem algumas que essas serpentes são guiadas por alguma
intuição sobrenatural a caçar indivíduos que promovem queimadas ou desmatamentos desenfreados nas matas, ou
fazem caça predatória de animais dos quais elas poderiam se alimentar. Essas
mesmas lendas falam sobre o poder mágico dessas criaturas de enlouquecer suas
vítimas, o que pode ser evitado mantendo os olhos fechados.
História CD 25: Uma lenda muito antiga conta
que, numa época ancestral, houve um longo período de escuridão. Os dias eram
como noites e as noites não tinham lua nem estrelas. Para piorar as coisas, uma
chuva de proporções calamitosas se abateu sobre o mundo, alagando cidades e
florestas igualmente. Nessa época, Boiguaçu, uma enorme serpente que vivia em
uma cova, no fundo do rio, resolveu sair para procurar alimento e encontrou uma
grande quantidade de animais buscando refúgio num terreno elevado. Decidiu
comer deles a parte que mais lhe agradava: os olhos. E de tanto comer olhos,
inchou e cresceu, e seu corpo se modificou, exibindo um brilho de fogo dos
olhos que ela devorara. Assim, Boiguaçu tornou-se a primeira Boitatá. E, dizem,
ela mora em algum lugar do mundo, quase sempre num estado de hibernação, mas
apta a despertar de tempos em tempos, para destruir, causar pânico... e matar.
Táticas do Boitatá Chamas-Azuladas
Esta variedade de Boitatá é a mais fraca existente, em termos de poder bruto, mas graças à aura de Calor Sobrenatural, pode ser muito perigosa. Quando descobre seus alvos, aproxima-se para usar Olhar Enlouquecedor, depois do que agarra um inimigo com Constrição, para só então começar a distribuir Mordidas contra quem estiver na volta, usando Fúria da Natureza e, quase certamente, gastando Pontos de Ação, para mais ataques. O Chamas-Azuladas usa Esbofetear com a cauda, se algum inimigo tentar flanquear.
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