Seguidores

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo ( Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 5


Cena:
   Lugar: Terreno exótico/perigoso
   Encontro: Evento
   Evento: Emboscada/Armadilha

Pergunto: É pouco provável, mas os xenófobos percebem o cruzador furtivo?
Resposta: Sim

Pergunto: o terreno exótico é espacial ou planetário?
Resposta: Planetário

Pergunto: a emboscada/armadilha ocorre antes de encontrarmos a nave perdida, ou depois?
Resposta: Antes
}

Cruzar um portal intergaláctico foi uma das coisas mais bizarras pelas quais já passei em toda minha vida. Tive a sensação de que meu intestino trocou de lugar com o pulmão e que minha alma tinha saído do corpo. Isso, claro, supondo que minha visão não tenha sido uma alucinação. As luzes no túnel espaço-temporal; o zunido indecifrável de distâncias imensuráveis sendo transportas em meros segundos; a gravidade que parecia vir de todos os lados, de nenhum e até de dentro de mim, tudo simultaneamente... Pensei que estava envelhecendo, mas também revi em uma memória instantânea e descontrolada minhas lembranças mais antigas da infância. E, apesar de tudo isso, não desmaiei.

Quando rompemos a barreira do outro lado do portal, era como se nada diferente tivesse acontecido. Aí, sim, procurei um canto da ponte de comando e fui vomitar.

Quando me recuperei, o Lorde alienígena veio à minha procura e pediu que tocasse em um dispositivo no painel de controle da nave, algo que pareceu fazer uma leitura de minha digitais. Senti um leve arrepio nos pelos do braço e um choque leve nos dedos, então o ser globular e telepata entrou na minha mente para dizer:

"Temos uma assinatura de anomalia semelhante à que ficou em você já localizada nos rastreadores da nave. Podemos encontrar a GMV-23!!"

Demorou, então, pouco tempo até chegarmos à órbita de um planeta de aspecto verde musgo, com nuvens amarronzadas cobrindo quase a totalidade de um de seus continentes. O pouso na superfície foi lento e cuidadoso, pois de algum estranho modo, parecia haver certo efeito na atmosfera que prejudicava o equilíbrio aerodinâmico do cruzador, ou seu controle de repulsão gravitacional, ninguém soube explicar com exatidão. Além disso, durante a entrada na atmosfera, um dos navegadores pareceu se surpreender com algo na tela de um dos sistemas de detecção, mas depois disse que podia ter sido um sinal mal codificado, em razão da mesma interferência que estava atrapalhando o pouso.

"Desceremos com equipamentos de exploração especial, pois o ar possui substâncias tóxicas para nós". Foi algo que eu não esperava ouvir do alien telepata - que respirávamos como iguais.

O equipamento como um todo parecia uma versão reduzida e estilizada de um traje dos astronautas de meu tempo, menos volumoso, mas muito mais eficiente. Incluía um certo tipo de exosqueleto mecânico fino, quase um canivete suíço futurista, em termos de funcionalidades incontáveis.

Quando finalmente terminei de vestir o traje, com ajuda de um robô auxiliar, montamos uma equipe para descer e explorar o planeta. Lorde Gwllewyth explicou que uma varredura à moda antiga teria que ser feita, por conta de interferências geradas pelo sistema binário de estrelas que iluminava aquele mundo, provavelmente alguma forma de radiação eletromagnética ou algo parecido - não sou conhecedor das ciências para gravar tantos detalhes!

E foi então que toda missão foi pelo ralo!


{ Pergunto: os inimigos estão em maioria esmagadora?
 Resposta: Sim }


Naves alienígenas sobrevoavam o céu e uma tropa de seres globulares segurava objetos que só podiam ser armas. Estávamos perdidos!


{ Pergunto: Lorde Gwllewyth consegue argumentar com eles?
Resposta: Não 

Pergunto: eles atiram?
Resposta: Não}


Nossa única chance era que aqueles malditos aliens xenófobos dessem ouvidos - se posso falar assim - ao que Lorde Gwllewyth podia dizer, mas eles não nos deram tempo. Cercaram nossa comitiva exploradora e ficaram a nos empurrar e golpear, outros foram entrando no cruzador, procurando o resto da tripulação. Seríamos feitos prisioneiros, se nada em contrário fosse feito.


{ Pergunto: algum sinal por aqui da nave perdida?
Resposta: não 

Pergunto: os dados que foram roubados da nave furtiva em que viemos foram vendidos à facção xenófoba?
Resposta: Sim. Então, assumo que eles conhecem nossa missão.

Pergunto: estavam sabotando nossos sistemas ou realmente foi algo natural que complicou tudo?
Resposta: foi algo natural mesmo, mas é certo que tinham informação sobre nossa localização, por isso conseguiram nos emboscar.

Pergunto: eles conhecem a localização dos náufragos?
Resposta: Não. Então, assumo que vão nos levar a alguma nave pousada para nos interrogar }


Pensei em várias ações que pudesse tomar, enquanto éramos levados a uma gigantesca nave, escondida num vale, além de colinas cobertas de uma vegetação escura, que parecia musgo crescido. A conclusão a que cheguei era que teria melhores chances de fuga se, antes de apostar na sorte, estudasse o seu poderio bélico e a tecnologia daquela nave. Pena eu não ser tão inteligente pra dificuldade que isso deveria ter!!

domingo, 5 de dezembro de 2021

Galáxia D12 - Aventuras no Universo Dominus!

Caso você esteja acompanhando a saga do policial Tyler, saído da Los Angeles do século XX para o sistema solar completamente colonizado pela humanidade do ano 2864, é possível que esteja se perguntando: "De onde você fuckin tirou essa coisa toda?"

Sou fã de ficção científica (mais especificamente das sagas mais fantásticas e de porção científica mais simples) desde minha pré-adolescência (ainda se usa esse termo?). E do espaço, então?! Eu já considero um filme ou seriado "meio-bom" quando tem naves espaciais envolvidas! Livros, quadrinhos, videogames... Mas e RPG?

O gênero fantasia espacial (que se sobrepõe em muitos casos ao seu parente "Novela Espacial" ou "Space Opera", embora tenha algumas distinções teóricas) me fascina na literatura, mas eu não tinha até hoje encontrado um jogo que me conquistasse a jogar com os temas relacionados. GURPS Viagem Espacial era complexo demais pra servir de jogo, servindo muito mais como consulta científica (sério!). Star Wars Saga RPG, um pouco mais simples é um que eu ainda não consegui captar. Aventuras no Planeta Dungeon e Masmorra nas Estrelas, ambos derivados de Dungeon World, parecem promissores, assim como outro da série PbtA, Impulse Drive (sem versão em português ainda), mas como conseguir jogadores é mais difícil e a ideia de jogar Solo parecia muito interessante, surgiu-me a ideia de somar todos esses Rpgs que eu sabia existirem num jogo minimalista, como o Dominus.

Ao aprender sobre a existência do Dominus, eu descobri ter encontrado o nicho do nicho onde eu podia de verdade me sentir à vontade para criar. Depois do Dominus Fighter, um emulador de Mestre específico para copiar o estilo de Street Fighter RPG e do game Final Fight, meu cérebro acelerou na direção do Space Opera. Foi um caminho natural, porque eu não havia encontrado nenhum módulo Dominus que fizesse o que eu queria.

E assim nasceu Galáxia D12 - Aventuras no Universo Dominus. Um módulo desse Rpg sem Mestre fortemente inspirado nos RPGs que citei e em livros de Edmond Hamilton, Poul Anderson e Robert Heinlein.


Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo ( Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 4

{ Cena:
Local : 3 - Colônia residencial, ou de mineração/extração.
Encontro: 4 - Personagem
Personagem: 6 - Integrante de Culto Místico
=> Assunto: 2 - Guerra/Política
=> Ação (interesse relativo ao assunto): 2 - Obter/Comprar
==> A ideologia deste culto, ou a intenção do cultista, de um ponto de vista de maioria universal, senso comum, é pérfida ou benevolente?
8 - Benevolente
==> O assunto do cultista é comigo?
10 - Sim
==> O cultista detém algum tipo de poder místico?
10 - Sim 
==> Ele sabe sobre o cubo de dados que eu carrego?
12 - Sim
}

Em determinado momento da viagem, quando orbitávamos Ganimedes - que, pelo que fui informado, foi transformado numa colônia de exploração -, a nave pareceu ter um colapso de poucos segundos em vários sistemas, o que eu, um mero policial do século XX da Terra, só pude perceber por causa de luzes que piscavam no corredor, onde eu bebia água. A seguir, um estranho homem em trajes que o faziam parecer um padre em dia de romaria, apareceu vindo do nada e se dirigiu a mim.

- Não se assuste, homem do passado! Eu vim para conversar, apenas.

"Por que é que todo mundo por aqui parece saber que eu vim do passado? E como ele surgiu aqui?"

- Okay, sou todo ouvidos. Mas seja rápido, porque sou aguardado na ponte de comando - era mentira, lógico. Uma precaução besta pra ele pensar duas vezes, caso quisesse me atacar ou algo assim.

Ele ficou me olhando por um tempo, erguendo devagar o braço direito, apontando para mim dois dedos, enquanto a mão esquerda tocava a sua própria têmpora.
- Você carrega um objeto de alta tecnologia, o qual pode ter sido usado para fins bastante desagradáveis por gente maldosa. Um cubo de transmissão de dados. Quero que o dê para mim!

- 'Pera! Como você sabe disso? E que diabos tá fazendo com os dedos apontados para mim?

Ele me explicou que foi avisado por uma tal Cosmovisão que nossa nave tinha algo de valor para traficantes de tecnologia bélica e que isso poderia ser usado para deflagrar uma guerra inesperada. 

"Puxa! O cara parecia tão gente fina!"
- E agora? Como posso confiar em você? - falei, pegando o cubo de dentro de meu bolso.

- Não precisa confiar em mim. Mas também não perderá nada por não confiar. Desde que me dê o cubo. 

( Pergunta: Ele me passa confiança?
10 - Sim )
- Tudo bem. Eu achava mesmo que estava fazendo algo errado... Peço perdão!

- Eu vou reverter o que você puder ter causado de estragos... Tem minha palavra! - e, dizendo isso, ele recuou para as sombras do corredor, as luzes piscaram e ele sumiu, como se nem tivesse estado ali...

E eu fiquei me sentindo ingênuo como uma criança. Arrependido, como se tivesse derrubado uma vela e posto fogo na casa.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo (Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 3

Fiquei realmente estarrecido. Ali estava um estranho alienígena globular, cujas formas lembravam pesadelos literários, dizendo-me que devia destruir uma nave terráquea, simplesmente porque entrara acidentalmente no espaço de sua espécie.
Olhei para os oficiais navais que me acompanhavam naquela reunião, e meu olhar dizia que aquilo parecia errado. Eu tentava saber o que eles pensavam daquilo, se concordavam. Só aí lembrei que o alien era telepata. Então, decidi não esconder o que sentia e pensava:

- E o que há de ser feito da tripulação? Iremos resgatá-los, não é?

(P: é parte da missão resgatar a tripulação?
R: 12 - Sim)

- Logicamente, pensamos nisso - disse um dos oficiais ali comigo - E já elaboramos um plano com Lorde Gwllewyth. Vocês terão uma nave furtiva, com espaço para passageiros suficiente. Mas isso é algo muito, muito delicado para se fazer. É provável, se não completamente certo, que você estará sendo vigiado pela facção xenófoba e ... Eles podem não aceitar o resgate.

- E quantos irão comigo? Eu não sei pilotar suas naves!

(P: Terei tripulação acompanhante?
R: Sim)
- Você terá uma tripulação completa para levá-lo até o ponto de sua missão. Lorde Gwllewyth estará no comando.




CENA 3
(Lugar: Nave de exploração
Encontro: Personagem
Personagem: Mercador intergaláctico

Banco de Ideias: por que me encontro com esse mercador?
   Assunto: Fortuna/Dívidas
   Ação: Roubar/Tomar)

Estou subindo à nave Camaleão Fantasma, quando sou abordado por um homem mascarado. Parece ser humano, mas esconde completamente as feições sob uma máscara especial, talvez adequada para sobreviver em ambiente hostil.
- Ei, Ás! Você deve ser o cara que veio do passado! Que tal ganhar alguns créditos? Afinal, você não vai querer ficar para sempre vivendo da caridade alheia!
- Depende do que você quer de mim. Sou um policial, e não serei um traidor da lei!
(Desafio: não ser ludibriado
Resultado: 3 - Derrota)
- Calma, calma! Não seria nada complicado, eu só preciso de alguns arquivos do computador dessa nave! Ei, ninguém sairá prejudicado com isso, nem na nave, nem em lugar nenhum. Vamos! Eu posso ser um bom amigo para negócios futuros e também sou muito bom pagador de minhas dívidas!

(Desafio: saber se ele está falando a verdade
Resultado: 2 - Não noto nada especial)

- Ok... E o que eu devo fazer? Eu não sei lidar com nada aqui.
- Nem precisa! Tome, esse cubo tem um sinal de longa distância. Tudo que tem a fazer é entrar com ele na cabine de comando e ficar próximo ao computador central. O resto, será feito pelo cubo e por mim.

Alcançou-me um pequeno cubo, como um dado comum, mas translúcido e com uma luz interna piscante. 
- Tome esse cartão. Terá Um milhão de créditos nele, assim que eu fizer o download dos arquivos.
- Isso não cheira bem.... Você parece gente boa, mas... Nem me disse seu nome!

(Street Fighter - Guia do Circuito, uso para sorteio de nomes - 1d100
- Adebayor, ao seu dispor.

Certo. Ele era um cara legal e nem mesmo estava tentando esconder sua identidade. Além disso, estávamos num Destroier militar, ele não podia ser alguém mal intencionado, podia? Posso ter pensado que era algo ruim no começo, mas parecia algo tão comum quanto gravar as músicas da rádio numa fita K7. A propósito, eles não devem saber o que é uma fita K7 por aqui...

Já a bordo da nave, logo depois que ela decola e abandona o hangar do Destroier onde estávamos antes, procurei a cabine de comando. Estava curioso sobre como aquela nave devia funcionar e podia aproveitar o ensejo pra me aproximar do computador central.

(Pergunta: o Lorde está ali?
R: Sim

Pergunta: ele sente que estou ali para "furtar" dados da nave?
R: Não! Ufa kkkkkk)

E tudo transcorre tranquilamente. Tive curiosidade sobre se tudo tinha dado certo. E também se eu estava milionário afinal, mas fiquei com medo de perguntar como usar o cartão!

CONTINUA

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo (Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 2

Então, aqui estamos: os traficantes que viemos enfrentar no bairro inferior de Nova Los Angeles estavam melhor armados e em maior número. Mas a nave patrulha que temos do nosso lado usa sistemas de radares e câmeras multiespectrais, permitindo que o centro de estratégia e inteligência da polícia nos coordene em tempo real. É uma vantagem tática considerável e, para nossa alegria, foi mesmo capaz de reverter o placar a nosso favor.

E temos eu! Talvez eu seja o elemento mais surpreendente aqui. Eu sou sortudo como um irlandês com um trevo de quatro folhas no bolso e todo vestido de verde para algum feriado. E acho também que os peritos que me avaliaram detectaram algo especial em mim, que não quiseram alarmar. Sendo assim, ouvi o mesmo tanto de xingamentos e elogios pelo comunicador acoplado ao meu capacete, quando agi por impulso, abandonando a formação do pelotão para atirar como um louco!

{ Pergunta: os criminosos tem alguma vantagem ou recurso de mobilidade para fugir ou se esconder? 
R: 7 = Sim

Pergunta: Os bandidos tiveram baixas?
R: 8 = Sim

Pergunta: A polícia teve baixas?
R: 2 = Não!

Pergunta: efetuamos prisões?
R: 3 = Não

Pergunta: existe relação entre os traficantes e qualquer facção interessada no desaparecimento da Holland GMV - 23?
R: Não. }

Partimos em perseguição aos bandidos. Eu, claro, faço besteira e tento correr, mas eles têm algo que os faz saltar como gazelas, saindo de suas pernas uma espécie de fumaça de impulso. E têm hovercars prontos para uma fuga. No fim da ação, temos alguns cadáveres no asfalto - jovens que morreram defendendo o tráfico - e nenhuma prisão.

Menos mal que eu não tenho que fazer relatórios por aqui. Ouvi dizerem que há uma Inteligência Artificial responsável por isso!

CENA 2
{ Lugar: 7 - Destroier de Batalha
Encontro: 2 - Personagem
Personagem: 2 - Aristocrata }

Algum tempo depois, eu me vejo a bordo de uma nave gigantesca, na órbita da Lua. Nem sei dizer como ocorreu de eu ser chamado para ver esse importante político, porque, quando me explicavam os motivos de tudo, eu estava tendo momentos de maravilhamento com a tecnologia das naves de transporte de passageiros que são usadas agora, o que me permitiu chegar ao espaço.

Eu vi a Terra pelos painéis laterais e ela não era mais tão azul. Parecia opaca e machucada, cheia de fumaça e prédios elevados, algo perceptível até mesmo a tantos milhares de quilômetros da atmosfera. Pareceu também que alguns continentes estavam com suas costas deformadas - tive medo de perguntar o porquê.

{ Pergunta: O político que vim encontrar é humano, como reconheço?
Resposta: 2 - NÃO

Pergunta: É um ser alienígena ou uma mutação da espécie humana?
R: 6 - Alien

Pergunta: Ele usa um dispositivo de tradução ou fala minha língua?
R: 10 - Fala minha língua.

Pergunta: Suas formas são muito diferentes ou segue o padrão anatômico hominídeo?
R: 5 - Muito diferente

Uso o 2d10 Solo para definir características alienígenas. Assumo um mínimo de 6 características diferenciadas, ou seja 1d5+5=7

Olhos grandes e globulares.
Telepata/Telecinético
Capaz de suportar altas temperaturas e chamas diretas
Quatro olhos.
Corpo Globular.
Cauda.

Assumo que este NPC pretende me dar a missão da Trama }

Medo, porém, era algo cujos extremos eu desconhecia, até encarar a criatura, coisa, sei lá, que me fizeram encontrar nos corredores da nave. Tinha quatro grandes olhos globulares, como também era seu corpo. Uma cauda flexível pendia de sua face traseira e era capaz de falar por transmissão de pensamentos. Descobri isso quando, tendo notado que eu estava apavorado e prestes a sacar minha pistola de raios, ele usou sua telepatia para me acalmar.

Muitas são as explicações que me dá e histórias que conta sobre sua espécie, mas talvez meu cérebro talvez não esteja ainda preparado para assimilar tantas informações. Compreendo apenas a parte em que me diz que sua espécie está dividida em duas grandes facções, numa situação de paz delicada, e que qualquer fagulha pode fazer estourar um conflito aberto. A facção política à qual ele se opõe detém leve vantagem no poder de guerra e é muito xenófoba.

Ocorre que a nave Holland GMV- 23, após ser capaz de retornar pela fenda espaço-temporal que me carregou, adentrou um portal interestelar na órbita de uma das luas de Júpiter; tal portal foi criado por essa espécie alienígena e leva para a galáxia onde eles vivem. A dita facção xenófoba sabe que sua galáxia foi "invadida" por humanos, mas a localização da nave naquele espaço ainda é desconhecida.

E é aí que precisam de mim. 

"Você possui uma assinatura de modificação genética sutil, causada pelo transporte espaço-temporal. Podemos usar tecnologia de rastreamento em você, para chegar à nave. Mas você precisa estar lá! Então, quero levar você comigo, humano do passado!"

"Então… Vamos resgatar a Holland GMV-23 e trazer de volta a este lado do Universo?"

"Não. Nós vamos destruí-la. É o único jeito de evitar a guerra e ascensão de tiranos no poder!"

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo (Sistema Dominus Galáxia D12)

 Uma jogatina-conto de Galáxia D12 - Aventuras no Universo Dominus


{Arquétipo: Terráqueo fora de seu tempo/mundo.}


Prelúdio


Você sempre pensa que está tendo seu pior dia, até que se dá conta que sempre é possível piorar.


“Não dá mais. Vou deixar suas coisas na recepção.”


Era uma mensagem de texto, num daqueles celulares quadrados, cheios de teclas.


“Como algém pode ter um coração tão frio, para acabar com alguém por mensagem de texto?”


Meu chefe me encontrou atrás da mesa perdido em pensamentos e gritou:

- Já está com o relatório pronto, eu espero!


Levantei e corri até ele, enquanto ele ia até sua sala, ignorando quase que por completo aquilo que eu dizia.

- Chefe, foi simplesmente impossível evitar toda aquela confusão sem o Marley comigo! O senhor poderia ter colocado alguém para me ajudar, um parceiro temporário, talvez.

- Sim, talvez. Certamente teria sido melhor do que você ter colocado quase tudo a perder. Oito meses no caso! Agora a quadrilha do Toni Caruso vai ficar ligada e podemos não conseguir provas suficientes para prisões. A promotora me ligou e sugeriu que eu tire você do caso! Será que eu devo fazer isso?

- Não, senhor, por favor!


Ele sentou atrás da sua mesa, muito maior que a de todos os demais no distrito, e começou a mexer numa agenda.

- Como você se mete numa briga com uma gangue de motoqueiros bêbados, Tyler?

- Era isso, ou ser pego pelos capangas do Caruso, senhor. A essa hora, eu poderia estar com um sapato de concreto no fundo do Rio Los Angeles!

- Então, termine seu relatório e vá para casa, ou eu mesmo providencio seu encontro com os peixes! Tenho uma reunião com o prefeito daqui a uma hora e não quero nenhum policial dormindo sobre a mesa quando ele chegar.


Tive de terminar meu relatório da investigação da noite passada apressadamente. Omiti sem querer quase um terço dos acontecimentos e escolhi deixar de lado também que a esposa de um colega da polícia estava no encontro dos homens do Toni Caruso nas docas. Queria ter certeza se ela estava envolvida com as atividades criminosas, ou era amante de um dos figurões da quadrilha, antes de incluir seu nome no inquérito. Mas isso ia ter que esperar.


Na garagem, descobri que meu carro se recusava a funcionar e me obriguei a ir para casa de ônibus. Eu não ia para casa havia pelo menos três semanas, mas agora que Alice finalmente tinha se decidido sobre o fim do nosso namoro, era obrigado a visitar minhas teias de aranhas e baratas. Pulei o almoço e fui dormir. Acordei só às sete da noite.


Fui jantar no Moe’s e fiquei um tempo bebendo. Acho que foi aí meu maior erro. Eu estava para lá de porre, quando aquelas luzes apareceram. Eu poderia ter corrido, mas achava que era efeito da mistura de whiskey e cerveja.

Numa esquina, parecia haver um gigantesco ralo de banheira aberto em pleno ar e toda a sujeira da rua, a poluição do ar e a água das calçadas pareciam ser sugadas, aprofundando-se numa intensa luz. Então, houve uma explosão. Eu vi fogo, fui arremessado para o vórtice no ar e tive a impressão de ver também uma espécie de foguete, feito em metal reflexivo, rodopiando e entrando pelo buraco gigante junto comigo.


***


{ Trama: 

Algo Aconteceu: 4 = O desaparecimento ou queda de uma nave;

Eu preciso: 9 = Matar/Destruir;

Senão: 9 = Tiranos tomarão o poder 


Cena 1: 

Lugar: 1 = Grande cidade;

11 = Evento;

Evento: 4 - Um combate }


Hoje faz um mês que tudo aquilo se passou. E quanta coisa aconteceu em um mês! Mas não faz nem vinte e quatro horas desde que finalmente compreendi - ao menos o suficiente - sobre como vim parar na Nova Los Angeles do ano 2864.



Pelo que consegui resumir, um erro de cálculos do astronavegador da nave Holland GMV-23 gerou uma fenda no tecido do espaço, abrindo um canal para uma viagem no tempo. Como um organismo humano é capaz de se curar de feridas, também é o espaço-tempo. Por isso, depois que fui transportado, não houve como voltar.


Estranhamente, a nave que causou o surgimento desse inesperado “buraco de minhoca” conseguiu voltar para essa época, mas não no mesmo lugar. Estava sendo rastreada na órbita de uma das luas de Júpiter, quando seu sinal desapareceu. Isso, eu soube há apenas duas horas, pouco depois de receber meu distintivo de policial honorário, para fazer parte da Força de Combate Antitráfico de Nova Los Angeles. Quem diria que eu quase fui removido de um caso de investigação contra o tráfico na velha Los Angeles!


E agora estou aqui, no meio de um tiroteio, armado com uma reluzente arma de raios, no bairro inferior da cidade - em meu primeiro dia de trabalho!


{ Pergunta: Quantos são os policiais na operação? Menos de 12(6-) ou mais(7+)?

R: 8 = Mais.

Total: 12+3 = 15


Pergunta: Quantos são os traficantes? Estão em maior(6-) ou menor número(7+)?

R: 3 = Maior

Total: 15+8 = 23 }


Estamos em pequena desvantagem numérica, espalhados por uma rua mal iluminada. É engraçado como certas coisas não mudam. Nossa única vantagem é que temos uma nave de patrulha sobrevoando o local. Os traficantes, por outro lado, têm armas melhores. Outra coisa que nunca muda.


O hovercar atrás do qual estou escondido me mantém seguro. Ele é capaz até mesmo de projetar um escudo magnético invisível sobre mim, enquanto eu estiver perto dele. Mas não consigo mira. Terei de procurar outro esconderijo na rua e uma linha de tiro melhor.

- Estou correndo! Alguém me dê cobertura!


{ Recebo Desvantagem por estar em menor número. Anulo a Desvantagem com a Vantagem do Arquétipo, por tentar algo inesperado e ousado. 

Turno 1: 7 = Causo um de dano num criminoso


Pergunta: Encontro um abrigo?

R: 2 = Não!}


Estou perdido! Pra que lado corro? Imprudente, imbecil, atrapalhado! Pro chão! É o unico jeito!


{ Estaria em Desvantagem por estar em menor número e não ter cobertura. Estar abaixado ajuda um pouco, mas a imprudência do Arquétipo é o que mais ajuda. Não há Desvantagem nem Vantagem. 

Turno 2: 12 = Causo um de dano num criminoso


Pergunta: A polícia está indo bem?

R: 7 e 8, com Desvantagem = Sim!}


Estaos fazendo os traficantes recuarem. Nada mal para um tiroteio futurista!


CONTINUA


terça-feira, 19 de outubro de 2021

Produção de Conteúdo

Andei "trabalhando" bastante com Rpg recentemente - quem dera eu pudesse fazer algum dinheiro com isso!

No YouTube, o Canal Covil do Narrador está ganhando espaço, com cada vez mais acessos, curtidas e comentários.

Neste mês, tive um artigo sobre Aventuras na Era Hiboriana publicado no site REDE RPG (e tive o prazer e a honra de receber elogios de um dos autores do jogo, Jefferson Pimentel!)

Agora, mais um fruto da parceria com Eric "Musashi" de Souza (responsável pelo site Shotokan RPG e editor da fanzine Punho do Guerreiro) é meu primeiro Rpg minimalista, uma versão do sistema de licença aberta Dominus, para jogar independente ou em conjunto com as regras de Street Fighter RPG: Dominus Fighter!

E vamo que vamo, que depois de pegar ritmo o trem não tem freio!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Aventuras na Era Hiboriana - Eventos Gerais

Com o sucesso do Financiamento Coletivo de Aventuras na Era Hiboriana, pela 101 Games, a gente começa a jogar e a criatividade já vai trabalhando novas ideias! Algo que faz parte da base do jogo Solo nesse jogo, os eventos são fundamentais para a história andar e há centenas de tabelas prontas para cada região do Mundo Hiboriano. Mas será que são o bastante? Claro que não! Ter mais é sempre ótimo!



Esses eventos podem ser rolados em substituição às tabelas locais presentes no jogo, quando você quiser, se algum evento já sorteado não parecer fazer sentido no contexto da aventura, ou se você não tiver gostado do resultado por algum motivo.


Eventos nas Cidades

  1. Uma carruagem/carroça/biga sem condutor avança pela rua na sua direção.
  2. Um animal selvagem de médio ou grande porte está à solta, atacando e aterrorizando as pessoas.
  3. Você encontra um Personagem Importante jogado à rua, desmaiado e ferido.
  4. Você testemunha uma briga entre duas pessoas, no meio da rua.
  5. Você ouve um grito de socorro.
  6. A terra treme sob seus pés.
  7. Pessoas aglomeradas parecem estar admirando algo inusitado.
  8. Uma dupla conversa de modo suspeito nas sombras
  9. Alguém está seguindo e observando você.
  10. Você recebe um chamado para uma Aventura!

Eventos nos Ermos

  1. Você encontra uma nascente de água em um local inesperado. Mas mais alguém também achou o lugar (animal ou pessoa)
  2. Você encontra um homem perdido, preso pelo pé a uma armadilha.
  3. Um vento surgido do nada carrega poeira e encobre a visão.
  4. Você ouve um tipo de cântico, vindo de não muito longe.
  5. Você avista um homem arrastando o corpo de outro para uma cova, que ele mesmo deve ter cavado recentemente.
  6. Você é cercado por um bando de animais predadores.
  7. Um Personagem Importante cruza seu caminho. Ele lhe entrega um mapa e pede que recupere para ele um Objeto. 
  8. Há uma armadilha em seu caminho. Se não passar em um teste de Mente(Investigação), você será pego! (Pode ser um buraco camuflado no chão, ou um laço de corda)
  9. Um vidente cego aparece em seu caminho e conta algo sobre seu futuro. Se passar em um teste de Mente(Conhecimento), poderá receber Vantagem num teste futuro, em um momento crítico.
  10. Você recebe um chamado para uma aventura!

Meu muito obrigado ao Jefferson Pimentel, por me autorizar a publicação da matéria!




terça-feira, 14 de setembro de 2021

Jogar RPG sozinho?!?

 
Algo que me pegou completamente de surpresa no início do ano, se bem me lembro: uma postagem sobre um "jovem" jogando Street Fighter - O Jogo de RPG... completamente sozinho. Não, ele não estava jogando online com ninguém, não estava respondendo a qualquer jogo em fórum ou mesmo no mais clássico (e antigo) modo Play By Mail. Ele estava jogando com ele mesmo.

Aquilo foi algo que me chamou muito a atenção. Não ignorava a possibilidade, lógico, pois já conhecia de muito tempo recursos como Aventuras-solo, tais quais as da série "Aventuras Fantásticas", assim como módulos próprios para jogar solo da época do Dungeons and Dragons clássico. Aventuras de ler, decidir e tratar como jogo eram comuns na Dragão Brasil dos anos 1990 também. Mas ali havia algo diferente - e muito. Ele não estava lendo uma história pronta, não estava seguindo os trechos de um livro-jogo. Ele tomava as decisões do papel de mestre com indicações de uma ferramenta aleatória, um "Oráculo", e criava a história em torno de seu personagem, com coadjuvantes e inimigos, de modo improvisado. De um ponto de vista mais amplo, ele estava improvisando uma "contação de história" a partir das jogadas de dados.

E mesmo que aquilo tenha me causado uma estranheza SEM TAMANHO no começo, fiz experimentos tímidos com a ideia eu mesmo. Ao longo de meses, cada vez mais complexos, completos e estudados, meus experimentos com a "brincadeira de faz de conta apoiada em regras de RPG", como eu defini no começo, logo virou uma modalidade viável, útil e divertida de jogatina na minha cabeça e rotina.


Como se joga?


Pra jogar RPG Solo, há vários modos. O mais fácil é ter em mãos (ou no computador, celular ou tablet) um manual completo, próprio para jogar solo, com seu contexto, ideias de aventuras, regras para construir personagens e situações de ação, etc. Também existem módulos genéricos de regras para solo, alguns até bem pequenos e simples (minimalistas), outros bem amplos; aí você escolhe que tipo de cenário e aventura quer viver e o jogo te dá oráculos para conduzir a história, seja ela qual for. Alguns desses módulos genéricos podem ser combinados com RPGs com os quais você já esteja acostumado - você constrói o personagem e resolve situações comuns do jogo com as regras do seu RPG, mas substitui o Mestre pelos oráculos do seu módulo solo.
 

 

É dessa última forma que eu tenho jogado no meu canal do YouTube, o Covil do Narrador. Mas devo também aderir ao primeiro modo brevemente, adquirindo um novíssimo RPG sobre Conan e seu cenário, "Aventuras na Era Hiboriana", que foi todo planejado para o modo solo.
 

 

E querem saber? Eu recomendo a todo jogador ou Mestre de RPG tradicional que experimente o solo também! 
 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Energizado pelo Apocalipse!! ou Como fui capturado por um novo conceito em RPG!

Nesses últimos meses, tenho dedicado minha mente ao aprendizado de novos RPGs com extrema empolgação, e isso começou quase sem querer (embora, é claro, aprender sobre RPG seja algo no que eu me jogue de cabeça desde sempre).

Eu procurava por algum sistema que me permitisse adaptar com facilidade o cenário de Starcraft para RPG (pelo menos para jogar com Terranos, tendo os outros como monstros). Sendo honesto, eu esperava que alguém me apontasse um link de uma adaptação já pronta em algum sistema que eu já conhecesse, mas me deparei com Masmorra nas Estrelas, um RPG não licenciado e não oficial sobre Star Wars, que utilizaria uma versão modificada de Dungeon World. Só que, àquela altura, eu nem fazia ideia do que era o tal Dungeon World!

Fui à cata do negócio, como se diz aqui no meu estado. Encontrei o PDF de Dungeon World de graça pela própria editora que o traduziu para o português, assim como muitos materiais adicionais. Também encontrei o próprio Masmorra nas Estrelas, que deixei para uma leitura posterior (e que já aconteceu também). Então ocorreu o que eu não esperava: meu mundo mudou, minha mente foi invadida pela ideia inovadora do narrativismo Energizado pelo Apocalipse. Sim, Powered by the Apocalypse, ou Apocalypse Engine, como também é encontrado em algumas fontes, é como se chama o "conceito-sistema" por trás desses jogos, que derivam de Apocalypse World, outro RPG sobre o qual eu nada sabia (e ainda sei pouco, porque não pude adquiri-lo até o momento).

Embora possuam diferenças importantes entre si, os jogos da linha PbtA seguem conceitos fundamentais idênticos e possuem semelhanças que nos conduzem a entendê-los como variantes de uma única fonte e pertencentes a um mesmo todo. E é algo fascinante de muitas formas.

A linha PbtA ensina o jogador/Mestre já veterano em RPG a pensar no seu hobby como algo diferente. Narrar diferente, por exemplo, com uma perspectiva voltada à improvisação, fornecendo técnicas e ferramentas próprias para fazer isso. Também estimula a pensar nas aventuras e campanhas como narrativas compartilhadas, com muito mais intensidade do que outros RPGs, mais tradicionais. Sem contar o fato de que os sistemas pertencentes à linha tendem à simplicidade, o que os torna indicativos para iniciantes, com muitas soluções de design elegantes, fazendo-os também atrativos para os jogadores mais antigos.


Depois de conhecer e jogar Dungeon World (que eu estou narrando online, e você pode acompanhar essa campanha pelo meu canal do Youtube, o Covil do Narrador), precisei ler também alguns sites e guias para entender conceitos mais aprofundados do sistema e tirar dúvidas e aí foi só alegria! Fui adiante e comprei o livro físico, paguei pelo PDF de Aventuras no Planeta Dungeon (um suplemento que leva as aventuras de DW para o espaço, com temática de romances espada-e-planeta) e conheci também Cidade Obscura, um RPG PbtA minimalista (ou seja, reduzido em regras) que homenageia o Mundo das Trevas e permite jogar com Vampiros, Lobisomens, Magos, Fantasmas e Fadas, tendo o crossover como regra, não exceção. Ou seja: tudo como eu gosto!

Hoje, estou conhecendo novos horizontes nessa linha tão abrangente quanto instigante. Minha mais nova aquisição é Monstro da Semana, um RPG sobre investigadores de atividades paranormais e caça ao sobrenatural, ao estilo de séries como Arquivo X, Buffy, Grimm, Supernatural e variantes. Está sendo distribuído de forma oficial e gratuita no link, então não dá pra perder!

E é isso. Se você ficou curioso com PbtA, meu objetivo foi alcançado!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Uma nova Raça para Dungeon World! - O Kith Troll, de Changeling O Sonhar

Não é de hoje que eu curto bastante a ideia de acrescentar elementos de um jogo em outro. Pra sorte da comunidade internauta, nem todas as misturas que já fiz eu trouxe para o Blog e redes sociais (risos). Já incluí regras de manobras de armas no D&D da Grow (baseado no primeiro Arkanun), Vampiros Mitológicos em Mini-GURPS Entradas & Bandeiras e elementos conceituais do GURPS Cyberpunk no sistema 3d&t.

Mas as minhas "obras-primas" nesse quesito foram publicadas, sim. Aqui no Blog, eu trouxe o Boitatá (inspirado pelo Desafio dos Bandeirantes e A Bandeira do Elefante da Arara) para D&D 4e e Manobras Especiais de Combate para o ABEA, inspiradas por Street Fighter – O Jogo de RPG. Na fanzine virtual Punho do Guerreiro, também, eu converti os Kithain de Changeling O Sonhar para SFRPG, uma matéria que me deixou muito orgulhoso em ter feito.

Atualmente, meu “jogo da vez” é Dungeon World, um jogo de regras simples para conceitos muito criativos, de inovação narrativa e soluções de design surpreendentes. Já é meu OSR favorito. E não poderia deixar de ser o alvo de minhas novas experiências com regras.

Dito tudo isso, eis aqui o que preparei: um kith de Changeling que é o favorito de pelo menos 20% dos jogadores nas Crônicas que eu narrei, como uma nova raça para Dungeon World. Trolls!




Para quem não conhece: quem são os Trolls?

Em Changeling, Trolls são humanoides corpulentos, de pele azulada, com pequenos chifres na fronte e bastante altos, dotados de grande força e vitalidade, além de um senso de honra que ultrapassa as divergências entre as Cortes. Contam as lendas que foram os primeiros Nobres das Sociedade das Fadas e que nasceram no alto de montanhas geladas.

Em Dungeon World, eles podem pertencer às Classes a seguir, ganhando as características descritas.

  • Druida: você considera O Norte Gelado como sua terra, além de quaisquer outras que possa escolher.
  • Guerreiro: quando engatilhar o Movimento Dobrar Barras, Suspender Portais, some +1 à rolagem.
  • Paladino: quando Negociar, você pode oferecer sua palavra de honra como garantia, mesmo num resultado 7-9.
  • Ranger: seu Companheiro Animal recebe Ferocidade +1.

Então, pessoal, era isso o que havia para o momento! Espero que gostem da ideia de ver estes poderosos e honrados combatentes em suas campanhas de DW. Comentem o que acharam e talvez novas raças, classes de compêndio, monstros e outros elementos do jogo apareçam por aqui!


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Encontros de Combate em ABEA – A Estimativa de Poder como um novo recurso!

O Blog andava abandonado, não nego. Tenho dedicado um bocado de meu pouco tempo livre ao meu recente canal no Youtube, o “Covil do Narrador” (o nome “Storyteller’s Lair” já não estava disponível, pra meu desapontamento) e isso não foi a única razão para ter escrito tão pouco nos últimos meses. A verdade é que eu estou escrevendo bastante, mas nada se completa…

Enfim. Não foi pra me queixar de mim mesmo que vim aqui hoje! Pelo contrário, vim exaltar algo que me deixou empolgado de verdade ao criar: um sistema para estimar o impacto que um encontro de combate possa ter sobre a vitalidade e recursos de um grupo de aventureiros em A Bandeira do Elefante e da Arara. Uma ideia que não é só minha, é bem verdade, muitos mediadores na comunidade do Facebook oficial do jogo têm buscado pela “fórmula secreta” que permita criar encontros combativos emocionantes e desafiadores, mas não exacerbadamente difíceis. A minha fórmula possivelmente não será a definitiva, nem se tornará a única, mas me pareceu funcionar. Como muitas coisas que já criei para RPG: carece testar bastante!

O passo a passo abaixo é bem simples e foi intensamente baseado num sistema de "balanceamento de encontros" da Rules Cyclopedia e numa tabela que o próprio autor de ABEA disponibilizou há algum tempo. O único termo novo a acrescentar ao jogo é a sigla EP, para Estimativa de Poder (ou Estimativa de Perigo, se quiser, para os monstros e criaturas fantásticas). É possível usar o mesmo cálculo para os personagens dos participantes e para personagens do mediador, incluindo todos os seres fantásticos do livro de regras, animais gigantescos e o que mais aparecer nos suplementos e aventuras, com algumas (e não são poucas, infelizmente) ressalvas: certas características de algumas criaturas são tão únicas e diferentes que se mostra muito difícil ou quase impossível atribuir um valor numérico a ela, para estimar seu significado na fórmula.


A Estimativa de Perigo das Criaturas

Os passos são poucos e simples.
1) Comece somando todos os níveis de Habilidades especiais da criatura que você está avaliando que possam ser chamados de poderes. Entram aqui Envenenar, Causar Doença, Paralisias, Atordoar, Amedrontar, etc. Algumas criaturas têm seus poderes associados a ataques físicos, mas devem ser considerados nesta parte, e não na seguinte. Criaturas que possam se metamorfosear ou usar ilusões para enganar as vítimas adicionam +3 aqui. Multiplique o resultado por três para seguir com a fórmula.
2) Some todos os níveis de Habilidades relacionadas a Ataques Físicos diretos. Um criatura que possa atacar mais de uma vez na mesma rodada multiplica a Habilidade realacionada pelo número de ataques.
3) Some o Dano máximo que a criatura pode causar numa rodada. Alguns seres causam diferentes valores de dano, conforme o ataque usado; use apenas o maior. Se for capaz de atacar mais de uma vez numa mesma rodada com esse dano máximo, multiplique o valor pelo número de ataques.
4) Some Resistência, Defesa Passiva, Defesa Ativa e Movimento.
5) Some +20 para uma criatura que divida todos os danos por dois. Some +20 para uma criatura capaz de ficar invisível.
6) Se uma criatura possui imunidades, some +20 para cada tipo: armas brancas normais, armas de fogo normais, armas brancas encantadas, armas de fogo encantadas, feitiços.

Depois de ter tudo somado, o valor que você acaba de obter é a Estimativa de Perigo dessa criatura. Se seu Encontro inclui mais criaturas, some a EP de todas elas para ter uma EP do Encontro.

De outra forma, é possível usar a EP das criaturas como “moeda” para montar Encontros (como ocorre na montagem de encontros de Combate do D&D4e), se você sabe quantos pontos de EP quer para o combate. E para descobrir isso, você pode seguir as orientações abaixo.



A Estimativa de Poder dos Personagens

Você pode usar o mesmo passo a passo demonstrado acima para calcular uma EP para cada personagem do grupo e adicionar os pontos de todos para estimar a força do grupo para enfrentar suas criaturas. Contudo, lembre-se SEMPRE que:

- Um grupo com personagens feridos é mais fraco. Se quiser, pode recalcular a EP dos personagens quando estiverem feridos, embora isso vá lhe dar bastante trabalho;
- Se os equipamentos e recursos do grupo estiverem em falta ou desgastado, os personagens também estarão mais vulneráveis, principalmente Pontos de Energia dos usuários de Poderes ou munição para armas (flechas, balas, pólvora, etc).

Agora, de posse da EP do grupo e das criaturas, você pode comparar os valores, dividindo EP das criaturas pela EP do grupo. Multiplique o resultado por 100 para ter um percentual. Em geral, você vai querer que essa percentagem esteja entre 50% e 90%, principalmente se você considerar que é bastante difícil curar-se de ferimentos após os Encontros, se não houver uma grande disponibilidade de magias, poções e Habilidades de cura. Um valor de 100% ou mais, num combate direto, é quase certeza de mortes e traumas psicológicos sérios... ;)

Por outro lado, planos inteligentes, táticas bem elaboradas e preparação para as batalhas faz muito bem a qualquer grupo. Ou, como Christopher Kastensmidt nos ensina em seu cenário: “uma mente afiada é mais útil do que uma espada afiada”.


EPs calculadas

Resumindo toda essa matéria e servindo de exemplo, criei uma tabela com todas as criaturas fantásticas do livro de regras e as estatísticas delas, demonstrando a EP calculada e citando exceções e “anormalidades” na lista, que se veem complicadas para encaixar na EP. Espero que se mostre agradável de consultar e útil a todos os Mediadores.


Bons jogos!

- NOTA -
Isto é algo sobre o que eu só pensei posteriormente à criação do sistema:
1) Se uma criatura possui imunidades contra todas as formas de dano disponíveis para o grupo, ela pode ser automaticamente considerada "indestrutível" pelo grupo (mas não é impossível de derrotar! Muitas vezes, vencer um monstro pode ser conseguido por outras ações, que não simplesmente atacar até matar!); em contrapartida
2) Se todo o grupo é capaz de superar todas as imunidades de uma criatura, então elas são irrelevantes no seu cálculo de EP.