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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo ( Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 5


Cena:
   Lugar: Terreno exótico/perigoso
   Encontro: Evento
   Evento: Emboscada/Armadilha

Pergunto: É pouco provável, mas os xenófobos percebem o cruzador furtivo?
Resposta: Sim

Pergunto: o terreno exótico é espacial ou planetário?
Resposta: Planetário

Pergunto: a emboscada/armadilha ocorre antes de encontrarmos a nave perdida, ou depois?
Resposta: Antes
}

Cruzar um portal intergaláctico foi uma das coisas mais bizarras pelas quais já passei em toda minha vida. Tive a sensação de que meu intestino trocou de lugar com o pulmão e que minha alma tinha saído do corpo. Isso, claro, supondo que minha visão não tenha sido uma alucinação. As luzes no túnel espaço-temporal; o zunido indecifrável de distâncias imensuráveis sendo transportas em meros segundos; a gravidade que parecia vir de todos os lados, de nenhum e até de dentro de mim, tudo simultaneamente... Pensei que estava envelhecendo, mas também revi em uma memória instantânea e descontrolada minhas lembranças mais antigas da infância. E, apesar de tudo isso, não desmaiei.

Quando rompemos a barreira do outro lado do portal, era como se nada diferente tivesse acontecido. Aí, sim, procurei um canto da ponte de comando e fui vomitar.

Quando me recuperei, o Lorde alienígena veio à minha procura e pediu que tocasse em um dispositivo no painel de controle da nave, algo que pareceu fazer uma leitura de minha digitais. Senti um leve arrepio nos pelos do braço e um choque leve nos dedos, então o ser globular e telepata entrou na minha mente para dizer:

"Temos uma assinatura de anomalia semelhante à que ficou em você já localizada nos rastreadores da nave. Podemos encontrar a GMV-23!!"

Demorou, então, pouco tempo até chegarmos à órbita de um planeta de aspecto verde musgo, com nuvens amarronzadas cobrindo quase a totalidade de um de seus continentes. O pouso na superfície foi lento e cuidadoso, pois de algum estranho modo, parecia haver certo efeito na atmosfera que prejudicava o equilíbrio aerodinâmico do cruzador, ou seu controle de repulsão gravitacional, ninguém soube explicar com exatidão. Além disso, durante a entrada na atmosfera, um dos navegadores pareceu se surpreender com algo na tela de um dos sistemas de detecção, mas depois disse que podia ter sido um sinal mal codificado, em razão da mesma interferência que estava atrapalhando o pouso.

"Desceremos com equipamentos de exploração especial, pois o ar possui substâncias tóxicas para nós". Foi algo que eu não esperava ouvir do alien telepata - que respirávamos como iguais.

O equipamento como um todo parecia uma versão reduzida e estilizada de um traje dos astronautas de meu tempo, menos volumoso, mas muito mais eficiente. Incluía um certo tipo de exosqueleto mecânico fino, quase um canivete suíço futurista, em termos de funcionalidades incontáveis.

Quando finalmente terminei de vestir o traje, com ajuda de um robô auxiliar, montamos uma equipe para descer e explorar o planeta. Lorde Gwllewyth explicou que uma varredura à moda antiga teria que ser feita, por conta de interferências geradas pelo sistema binário de estrelas que iluminava aquele mundo, provavelmente alguma forma de radiação eletromagnética ou algo parecido - não sou conhecedor das ciências para gravar tantos detalhes!

E foi então que toda missão foi pelo ralo!


{ Pergunto: os inimigos estão em maioria esmagadora?
 Resposta: Sim }


Naves alienígenas sobrevoavam o céu e uma tropa de seres globulares segurava objetos que só podiam ser armas. Estávamos perdidos!


{ Pergunto: Lorde Gwllewyth consegue argumentar com eles?
Resposta: Não 

Pergunto: eles atiram?
Resposta: Não}


Nossa única chance era que aqueles malditos aliens xenófobos dessem ouvidos - se posso falar assim - ao que Lorde Gwllewyth podia dizer, mas eles não nos deram tempo. Cercaram nossa comitiva exploradora e ficaram a nos empurrar e golpear, outros foram entrando no cruzador, procurando o resto da tripulação. Seríamos feitos prisioneiros, se nada em contrário fosse feito.


{ Pergunto: algum sinal por aqui da nave perdida?
Resposta: não 

Pergunto: os dados que foram roubados da nave furtiva em que viemos foram vendidos à facção xenófoba?
Resposta: Sim. Então, assumo que eles conhecem nossa missão.

Pergunto: estavam sabotando nossos sistemas ou realmente foi algo natural que complicou tudo?
Resposta: foi algo natural mesmo, mas é certo que tinham informação sobre nossa localização, por isso conseguiram nos emboscar.

Pergunto: eles conhecem a localização dos náufragos?
Resposta: Não. Então, assumo que vão nos levar a alguma nave pousada para nos interrogar }


Pensei em várias ações que pudesse tomar, enquanto éramos levados a uma gigantesca nave, escondida num vale, além de colinas cobertas de uma vegetação escura, que parecia musgo crescido. A conclusão a que cheguei era que teria melhores chances de fuga se, antes de apostar na sorte, estudasse o seu poderio bélico e a tecnologia daquela nave. Pena eu não ser tão inteligente pra dificuldade que isso deveria ter!!

domingo, 5 de dezembro de 2021

Galáxia D12 - Aventuras no Universo Dominus!

Caso você esteja acompanhando a saga do policial Tyler, saído da Los Angeles do século XX para o sistema solar completamente colonizado pela humanidade do ano 2864, é possível que esteja se perguntando: "De onde você fuckin tirou essa coisa toda?"

Sou fã de ficção científica (mais especificamente das sagas mais fantásticas e de porção científica mais simples) desde minha pré-adolescência (ainda se usa esse termo?). E do espaço, então?! Eu já considero um filme ou seriado "meio-bom" quando tem naves espaciais envolvidas! Livros, quadrinhos, videogames... Mas e RPG?

O gênero fantasia espacial (que se sobrepõe em muitos casos ao seu parente "Novela Espacial" ou "Space Opera", embora tenha algumas distinções teóricas) me fascina na literatura, mas eu não tinha até hoje encontrado um jogo que me conquistasse a jogar com os temas relacionados. GURPS Viagem Espacial era complexo demais pra servir de jogo, servindo muito mais como consulta científica (sério!). Star Wars Saga RPG, um pouco mais simples é um que eu ainda não consegui captar. Aventuras no Planeta Dungeon e Masmorra nas Estrelas, ambos derivados de Dungeon World, parecem promissores, assim como outro da série PbtA, Impulse Drive (sem versão em português ainda), mas como conseguir jogadores é mais difícil e a ideia de jogar Solo parecia muito interessante, surgiu-me a ideia de somar todos esses Rpgs que eu sabia existirem num jogo minimalista, como o Dominus.

Ao aprender sobre a existência do Dominus, eu descobri ter encontrado o nicho do nicho onde eu podia de verdade me sentir à vontade para criar. Depois do Dominus Fighter, um emulador de Mestre específico para copiar o estilo de Street Fighter RPG e do game Final Fight, meu cérebro acelerou na direção do Space Opera. Foi um caminho natural, porque eu não havia encontrado nenhum módulo Dominus que fizesse o que eu queria.

E assim nasceu Galáxia D12 - Aventuras no Universo Dominus. Um módulo desse Rpg sem Mestre fortemente inspirado nos RPGs que citei e em livros de Edmond Hamilton, Poul Anderson e Robert Heinlein.


Campanha Solo - Fuga no Espaço-Tempo ( Sistema Dominus Galáxia D12) - Episódio 4

{ Cena:
Local : 3 - Colônia residencial, ou de mineração/extração.
Encontro: 4 - Personagem
Personagem: 6 - Integrante de Culto Místico
=> Assunto: 2 - Guerra/Política
=> Ação (interesse relativo ao assunto): 2 - Obter/Comprar
==> A ideologia deste culto, ou a intenção do cultista, de um ponto de vista de maioria universal, senso comum, é pérfida ou benevolente?
8 - Benevolente
==> O assunto do cultista é comigo?
10 - Sim
==> O cultista detém algum tipo de poder místico?
10 - Sim 
==> Ele sabe sobre o cubo de dados que eu carrego?
12 - Sim
}

Em determinado momento da viagem, quando orbitávamos Ganimedes - que, pelo que fui informado, foi transformado numa colônia de exploração -, a nave pareceu ter um colapso de poucos segundos em vários sistemas, o que eu, um mero policial do século XX da Terra, só pude perceber por causa de luzes que piscavam no corredor, onde eu bebia água. A seguir, um estranho homem em trajes que o faziam parecer um padre em dia de romaria, apareceu vindo do nada e se dirigiu a mim.

- Não se assuste, homem do passado! Eu vim para conversar, apenas.

"Por que é que todo mundo por aqui parece saber que eu vim do passado? E como ele surgiu aqui?"

- Okay, sou todo ouvidos. Mas seja rápido, porque sou aguardado na ponte de comando - era mentira, lógico. Uma precaução besta pra ele pensar duas vezes, caso quisesse me atacar ou algo assim.

Ele ficou me olhando por um tempo, erguendo devagar o braço direito, apontando para mim dois dedos, enquanto a mão esquerda tocava a sua própria têmpora.
- Você carrega um objeto de alta tecnologia, o qual pode ter sido usado para fins bastante desagradáveis por gente maldosa. Um cubo de transmissão de dados. Quero que o dê para mim!

- 'Pera! Como você sabe disso? E que diabos tá fazendo com os dedos apontados para mim?

Ele me explicou que foi avisado por uma tal Cosmovisão que nossa nave tinha algo de valor para traficantes de tecnologia bélica e que isso poderia ser usado para deflagrar uma guerra inesperada. 

"Puxa! O cara parecia tão gente fina!"
- E agora? Como posso confiar em você? - falei, pegando o cubo de dentro de meu bolso.

- Não precisa confiar em mim. Mas também não perderá nada por não confiar. Desde que me dê o cubo. 

( Pergunta: Ele me passa confiança?
10 - Sim )
- Tudo bem. Eu achava mesmo que estava fazendo algo errado... Peço perdão!

- Eu vou reverter o que você puder ter causado de estragos... Tem minha palavra! - e, dizendo isso, ele recuou para as sombras do corredor, as luzes piscaram e ele sumiu, como se nem tivesse estado ali...

E eu fiquei me sentindo ingênuo como uma criança. Arrependido, como se tivesse derrubado uma vela e posto fogo na casa.