Cena 1 - Decolagem
"Melhor do que ficar neste planeta sem nada pra fazer", pensa Trent. Então, ele responde sim ao novo contratante. Não há contrato a assinar, só um aperto de mão um tanto inconveniente.
- Esperarei você no hangar 14, é onde está minha Star Cougar - o homem diz, com a voz afetada típica dos ricaços, enquanto caminha para a saída do pub onde nos encontramos.
- Eu estarei lá em dois minutos...
Eu me dirijo ao atendente no balcão, perguntando se o cara que acabou de sair é conhecido, tipo figura da mídia, ou cidadão renomado - no bom ou no mal sentido. O Oráculo responde se o barman conhece o meu contratante: [6] Sim. Rolo na Tabela 1- Tema para saber que tipo de conhecimento o barman tem dele (essa Tabela, originalmente, serviria apenas ao Gerador de Aventuras, mas nada impede que sirva a outros propósitos num jogo Solo, como inspirar a criatividade): [1,6] Poder!
- É um homem poderoso. Já foi Prefeito, Governador, Deputado... Está tentando se tornar Senador Planetário atualmente.
O atendente não para de organizar copos e garrafas para me responder, então eu não o atrapalho por mais tempo. Fico apenas pensando: "com todo esse poder, ele poderia ter um piloto particular no contra-cheque já há bastante tempo, sem contar a escolta armada, ou alguns seguranças civis, no mínimo... Por que contratar um freelancer? No mínimo, ele quer discrição... Espero que não seja mais que isso!"
Rumo para o hangar 14, andando pelo gigantesco porto aeroespacial da cidade numa das muitas esteiras deslizantes do lugar. Estou ansioso para conhecer a tal Star Cougar. Será uma nave bacana de pilotar? Estilosa? Arrojada? Vou rolar um dado simplesmente para dar uma nota para a nave: [3] Caramba... Deve ser a pior nave do cara... Feia, suja, fora de catálogo...
Vou construir a nave nas regras
Star Cougar - Nave Particular: Durabilidade 10, Autonomia 10, Disparador de Laser Fixo Frontal de Ataque +1, Velocidade e Voar. Não foi feita para alcançar o espaço. Se adquirida, custaria 4 PP.
O homem me encontra observando a sucata voadora com a boca aberta. Acho que pensa de mim o mesmo que eu penso da sua máquina:
- Você jamais viu algo tão rápido na sua vida, tenho certeza! - ele ri, como se quisesse parecer simpático e me alcança o cartão de desbloqueio dos sistemas. Eu abro as portas com presteza e o ajudo a chegar ao seu assento.
- Não vou lhe oferecer um serviço de bordo nesta viagem, meu senhor - eu lhe digo, fingindo um tom de servidão e animação -, porque é minha primeira vez nesta nave, mas se nossa relação contratual se estender para outros eventos, posso providenciar lanchinhos e bebidas.
Ele segue a conversa animadamente? [2] Não.
- Se eu precisar de lanches, eu contrato uma secretária para esse fim. Siga para as coordenadas no cartão, ligue uma música tranquila e fale somente o necessário, com as torres de controle.
Okay. Ele não é simpático de verdade, eu já imaginava.
Teste de Veículos para iniciar o voo, só pra ver se o caos acontece! [4+4] Sucesso.
Sigo o protocolo de navegação, solicito autorização de decolagem e alço voo. A nave faz um tanto a mais de barulho do que eu gostaria, balança um pouco na partida e eu tenho de fazer um bocado de esforço para colocá-la no prumo, antes que quase impacte contra um prédio próximo do porto, mas, sem falsa modéstia, eu sou bom o bastante para fazer tudo isso sem que o porco engomado perceba.
Eu não rolei o local dessa cena e ainda não havia definido os acontecimentos aleatórios dela, mas acho que agora pode ser um bom momento. [3,3] Dois eventos positivos, que serão : [4,4] "Um novo caminho surge (x2)". Considero que a repetição intensifica a resposta, então tenho mais de um caminho para seguir para o nosso destino, tranquilos, de modo geral.
Cena 2 - Havia uma nave no meio do caminho
Local [5,6;3,5]: Perto e Lotado
Elementos de Cena: [4,5] Dois elementos negativos, os quais são [4,2]: "Uma batalha, perigo ou desavença em andamento" + "Um pedido ou exigência"
O tempo da viagem não é muito longo. Em termos continentais, levando em conta a velocidade que uma aeronave - mesmo uma péssima aeronave - é capaz de alcançar, é "logo ali". Mas, enquanto eu procuro um pátio de pouso no local indicado, sou surpreendido pelo movimento nas ruas e mesmo no espaço aéreo ao redor da mansão que estamos indo "visitar". Parece haver bloqueios de trânsito, pessoas procurando abrigar-se e esconder-se e um verdadeiro tiroteio!
- Hã, senhor! - eu abro o canal de comunicação com o meu chefinho - Parece que não viemos em boa hora!
Pergunto ao Oráculo: Ele me pedirá para pousar, ainda assim? [1] Não
- Tire essa nave daqui, então, seu idiota! O mais rápido possível!
O "idiota" aqui vai fazer o que o patrão está pedindo, mas ele acaba de contrair uma dívida maior do que o pagamento prometido. Nisso, uma nave circulando por ali, coloca-se no meu caminho e eu ouço, no canal aberto de comunicação:
- Pare essa nave onde está! Deixa-a ligada e flutuando e saia imediatamente!
"O cara tá me mandando saltar da nave? Quem ele pensa que é?"
Pergunto ao Oráculo: a nave tem dois paraquedas? [1] Não.
Eu olho para trás e meu chefinho já tomou o único paraquedas presente na nave em suas mãos, abriu o compartimento de passageiros e saltou. Grande dia!
Pergunto ao Oráculo: a nave que me ordenou abandonar o voo está fortemente armada? [1] Não. Eles são de uma facção criminosa, ou da polícia local? [3] Facção!
Eu consigo analisar a minha situação rapidamente. Tá acontecendo uma guerra por aqui e eu fui condecorado como aquisição estratégica pelos bandidos. Ou melhor, a nave que estou pilotando. Bem, ela não me pertence, mas meu chefe acaba de me abandonar, logo, ela é minha agora. E eu não vou entregá-la sem luta. Lá fora, eu vejo que os caras abriram seu compartimento de passageiros e um grandão com um rifle laser está se preparando pra me abordar, como fazem os piratas do espaço... Mas a nave dele (e de quem mais estiver com ele ali) não tem poder de fogo maior que a minha...
Sem pestanejar, eu miro no inimigo vulnerável e ataco. Eles não esperam por isso, com sua arrogância de criminosos, então é só eu não errar o tiro! (Estou considerando que tenho um turno surpresa. O bandido não somará sua Perícia Combate para se Defender) [3+3+1 = 7 vs 5; Dano 2]
Não há uma regra de escala de poder em Império Central da Galáxia, mas vou assumir que ela existe, funcionando da seguinte maneira: armas de nave são mais poderosas que armas pessoais, assim como a Durabilidade de um veículo também significa muito mais que os Pontos de Vida de um indivíduo comum. Uma nave que ataque um indivíduo soma +8 no dano final. Já uma nave atingida por armas pessoais de alta tecnologia recebe +4 de Defesa; armas de baixa tecnologia não fariam nem cócegas.
Isso significa que causei 10 de dano no carinha que estava se preparando pra pular sobre a minha nave. Mas eu não havia determinado seu Modelo anteriormente. Vou considerar que é um Soldado, então ele tinha 2d6 PVs, inicialmente, para uma média de 7, o que significa que ele morreu.
O inimigo, agora pouco mais que um rato torrado, cai da nave. O piloto reage, posicionando a nave, e nós agora vamos ter um combate aéreo de verdade!
(CONTINUARÁ)